![]() | Organizadas segundo o conceito de reserva técnica visitável, as coleções históricas e científicas do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), reunidas ao longo da sua existência, constituem uma infra-estrutura à investigação e à sociedade, na promoção e estímulo do seu desenvolvimento.
A preservação das coleções é a missão prioritária de modo a assegurar a sua salvaguarda futura e a garantir a divulgação e o acesso a este património único, resultante de práticas científicas no terreno em contexto colonial, de valor inequívoco enquanto testemunho representante de saberes enraizados na diversidade de culturas de onde são originários.
A organização deste espaço encontra-se ainda em curso, no entanto é possível desde já, a sua visita mediante marcação prévia.
Atualmente, o espaço está organizado em 4 salas:
R1 - Área de apoio
R2 - Coleção da Missão Antropológica de Moçambique
R3 - Coleção do antigo Museu Agrícola Colonial
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Localização:
Palácio dos Condes da Calheta
Rua General João de Almeida, 15 / 1300-266 Lisboa
Marcação de visitas:
Marta Costa / Branca Moriés
Tel: 213616340
e-Mail: martacosta@iict.pt / branca.mories@iict.pt
Reserva 2 - Missão Antropológica de Moçambique
Criada em 1936, a Missão Antropológica de Moçambique (MAM) desenvolveu os seus trabalhos ao longo de 6 campanhas – 1936, 1937/38, 1945, 1946, 1948 e 1955/56 – chefiadas por J. R. de Santos Júnior, sob orientação de Mendes Corrêa. Inicialmente, o trabalho seria feito em articulação com a Missão Geográfica de Moçambique à qual a MAM ficaria oficialmente agregada até à reestruturação de 1945. A recolha de dados antropobiológicos dos vários povos de Moçambique constituía o núcleo central dos trabalhos. Procedia-se ainda à recolha complementar de dados de natureza etnográfica e arqueológica, fundamentais para o conhecimento efetivo das populações, entendido como um poderoso instrumento ao serviço da “política indígena” que se pretendia implementar. |
Reserva 3 - Museu Agrícola Colonial
Na Reserva 3 encontra-se parte do acervo remanescente do antigo Museu Agrícola Colonial (MAC). Inaugurado neste mesmo edifício em 1929, o MAC destinava-se a divulgar os produtos agrícolas e florestais das colónias portuguesas, as suas potencialidades económicas e os seus usos sociais e culturais. Paralelamente devia apoiar o ensino da agronomia e da silvicultura coloniais. Ao longo da sua existência, as suas coleções foram reforçadas com novos produtos enviados pelos governos coloniais e foram mostradas em exposições nacionais e estrangeiras, nomeadamente de âmbito colonial. Inicialmente organizado segundo o critério geográfico da proveniência dos produtos, configurado a cada uma das colónias portuguesas, passou em 1961 a organizar-se em função dos produtos expostos: cereais, amidos, forraginosas, frutos, legumes, oleaginosas, plantas medicinais, taninosas, tintoriais, condimentos, tabaco, resinas, borrachas, cera, madeiras, café, cacau, chá, açúcar, fibras vegetais. Além destes produtos e de alguns exemplares de fauna, o Museu expunha também utensílios domésticos, alfaias agrícolas e artesanato, atualmente reunidos nesta Reserva, e que traduziam formas de utilização dos recursos naturais das colónias. |
Reserva 4 - Missão Antropológica e Etnológica da Guiné
A Missão Antropológica e Etnológica da Guiné (MAEG) percorreu quase todo o território em duas campanhas: de abril a agosto de 1946; de dezembro de 1946 a maio de 1947. Destinada a coligir informação fiável que reforçasse a administração colonial na Guiné, a Missão decorreu num cenário de pós-II Guerra Mundial pautado por novos equilíbrios geopolíticos, num momento em que a Junta das Missões Geográficas e Investigações Coloniais (JMGIC) fora remodelada recentemente e a produção do saber colonial se concentrava na melhoria das condições de vida das comunidades locais e na exploração eficiente dos territórios colonizados. |